HISTÓRIA 7 ANO - ESCOLA GOV DINARTE MARIZ
sábado, 2 de março de 2024
FEUDALISMO E SOCIEDADE FEUDAL
Feudalismo é o nome dado à forma de organização econômica e social vivenciada na Europa Centro-Ocidental durante o período histórico conhecido como Idade Média, entre os séculos V e XV. O nome é derivado dos feudos (ou vilas), as unidades de habitação e produção que eram características do período. Essas grandes propriedades agrárias demonstraram que houve um processo de ruralização da sociedade que habitava o continente europeu e as ilhas Britânicas, bem como uma passagem da organização do trabalho pautada no escravismo para a servidão. Comparada aos dias de hoje, a sociedade feudal é reconhecida por uma mobilidade social bastante restrita. Em outras palavras, isso quer dizer que o indivíduo pertencente a uma determinada ordem acabaria se mantendo nela até o fim de sua vida. Dividia em três diferentes nichos, a sociedade dessa época está genericamente repartida entre clero, nobreza e campesinato.
Do ponto de vista cultural, a estabilidade desse modelo de organização pode ser compreendida através do forte sentimento religioso da época. Segundo a pesquisa de historiadores do quilate de Georges Duby, a organização social da Idade Média era encarada como um desígnio divino que deveria ser passivamente seguido por todos os cristãos. Ir contra as desigualdades e a exploração dessa época significava afrontar uma harmonia proveniente dos céus. O clero ocupava o topo dessa hierarquia social. Entre os fins da Antiguidade e início da Idade Média, a Igreja estruturou um conjunto de normas que permitiu a disseminação do cristianismo por todo o mundo europeu. Além disso, os membros dessa ordem tinham grande influência entre os grandes proprietários e reis desse período. Ao longo do tempo, a própria instituição acumulou terras e conhecimento em uma época em que a leitura e a escrita era privilégio de poucos.
Logo em seguida temos a presença da nobreza, que detinha o controle sobre os feudos e todo o cenário político da época. Os grandes proprietários eram integrantes da alta nobreza, reconhecida pelos títulos de rei, príncipe, arquiduque, duque, marquês e conde. Abaixo tínhamos a pequena nobreza, sendo composta pelos viscondes, barões e cavaleiros. Estes últimos eram os mais expressivos representantes das forças militares que asseguravam a proteção das propriedades. A maioria da população feudal era composta por camponeses. Eles eram responsáveis pelo trabalho nas terras e pela produção agrícola. Na maioria dos casos, os camponeses trabalhavam em regime de servidão e se submetiam às exigências de um senhor feudal. Vinculados a uma dura rotina de serviços, muitos camponeses esperavam que a penúria no mundo terreno fosse recompensada pela salvação de suas almas. Além desses representantes fundamentais da sociedade medieval, ainda podemos falar sobre a existência dos vilões e dos escravos. O vilão era um indivíduo livre que oferecia sua força de trabalho temporariamente a um senhor feudal. Dessa forma, poderia transitar entre diferentes propriedades e estava livre dos vínculos servis tradicionais. Já os escravos eram bastante escassos nessa época e geralmente ficavam responsáveis pela realização de trabalhos domésticos.
A economia feudal era agrícola e dependia da exploração da terra para que a riqueza fosse produzida. Pode ser dividida em duas fases, sendo que a primeira, até por volta do século X, era marcada por um comércio muito fraco e pela quase inexistência de moedas circulantes. A partir do século XI, a produção agrícola aumentou devido ao aprimoramento nas técnicas de produção, o que trouxe uma melhoria na produtividade das colheitas. Além disso, a quantidade de terra cultivada também aumentou devido à drenagem de pântanos e à derrubada das florestas. Esse aumento na produção gerou um excedente, permitindo um crescimento do comércio e do uso da moeda. Feiras itinerantes surgiram na Europa, e muitos comerciantes passaram a se estabelecer aos redores das cidades europeias, formando os burgos. Essas mudanças pavimentaram o caminho para o fim do feudalismo.
No feudalismo, os servos também eram obrigados a pagar impostos para os senhores feudais e para a Igreja. Entre esses impostos, estavam:
A talha: o servo deveria dar uma parte do que ele produziu para o senhor feudal (dono da terra).
As banalidades: os servos deveriam pagar pelo uso dos equipamentos do senhor feudal em seu feudo.
A corveia: obrigava o servo a trabalhar na colheita do senhor feudal durante um período da semana.
O que foi a vassalagem no feudalismo?
Uma parte importante do feudalismo foram as relações de vassalagem — o termo juramentado que ligava os senhores feudais ao rei. Nesse acordo, um rei cedia terras para o nobre que jurasse fidelidade a ele, permitindo que esse nobre explorasse essas terras e os servos que nelas trabalhassem. Tal fidelidade fazia com que o vassalo tivesse obrigações a cumprir com o rei sempre que fosse convocado, em especial quando se tratava de dever militar. Aquele que prestava o juramento era o vassalo e aquele que o recebia era o suserano. Esse sistema surgiu no Império Carolíngio, e por meio dele os monarcas conseguiram estabelecer uma rede de fidelidade que lhes garantia apoio, embora também os tornasse dependentes de seus vassalos.
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Feudalismo é o nome dado à forma de organização econômica e social vivenciada na Europa Centro-Ocidental durante o período histórico...