domingo, 15 de outubro de 2023

O ANTIGO REGIME E O ABSOLUTISMO

 


Rei da França Luís XIV, chamado Rei sol, na fase absolutista da Europa 

Sociedade no Antigo Regime.

O Antigo Regime (em francês, Ancien Régime) refere-se originalmente ao sistema social e político aristocrático que foi estabelecido na França. Trata-se principalmente de um regime centralizado e absolutista, em que o poder era concentrado nas mãos do rei. As estruturas sociais e administrativas do Antigo Regime foram resultado de anos de "construção" estatal, actos legislativos, conflitos e guerras internas, mas, tais circunstâncias permaneceram como uma mistura confusa de privilégios locais e disparidades históricas, até que a Revolução Francesa põe fim ao regime. Durante o Antigo Regime a sociedade era dividida em 3 Estados: 

Primeiro Estado, representado pelo clero (bispos, abades, padres, frades e monges), representava 1% da população;

Segundo Estado, representado pela nobreza e família real representava 2% da população;

Terceiro Estado, era povo (que representava a burguesia, os camponeses) - ou seja, o restante da população e os trabalhadores urbanos, representava o resto da população.

 

 No degrau mais alto estava o rei, que governava segundo a Teoria do Direito Divino na qual afirmava que o poder do soberano era concedido por Deus. O termo foi aplicado depois da revolução para diferenciar os dois tipos de governo. Muito da centralização política medieval da França se perdeu na Guerra dos Cem Anos, e a dinastia Valois se esforçava para restabelecer o controle sobre os “centros” políticos dispersos do país que estava prejudicado pelas Guerras Religiosas, que devastaram a França no século XVI e que opôs os católicos e protestantes. Muitos dos reinos de Henrique IV, Luís XIII e os primeiros anos de Luís XIV foram focados na centralização do poder administrativo. Cada estado, que compunha a sociedade francesa da época, tinha direito a um voto nas decisões das assembleias (Estados Gerais). Essa divisão era considerada injusta, pois a nobreza e o clero, que nesse sistema tinham direito a um voto cada, compunham na verdade um só grupo, já que, na época, o Estado era vinculado à Igreja Católica.

Apesar de, contudo, a noção de “Monarquia Absoluta” (tipificada pelo direito dos reis de emitir cartas que continham uma ordem expressa representando o desejo do monarca) e os esforços dos reis a fim de criar um Estado centralizado, o Antigo Regime francês permaneceu como um campo cheio de irregularidades: administrativas (incluindo a arrecadação de impostos), legais, judiciais, e com relação às divisões eclesiásticas, que frequentemente eram sobrepostas às outras esferas sociais, visto que naquela época a Igreja exercia um papel fundamental no âmbito da manutenção do poder absoluto e da manipulação social. Diante de tais repressões e abusos por parte do monarca, a nobreza francesa lutava para manter seus próprios direitos no que dizia respeito ao governo local e a justiça, ao passo que, fortes conflitos internos estavam sendo gerados contra a centralização.

 "Antigo regime" é o termo que designa o modo de governo do Estado e da sociedade francesa durante a Era Moderna. Embora existam vários outros exemplos de reinos que podem ilustrar o conceito de monarquia do período, como a Espanha e a Inglaterra, a expressão em si costuma identificar predominantemente o modo de ser do Estado francês durante o período da dinastia Bourbon antes da eclosão da Revolução Francesa. No Antigo Regime, o princípio monárquico – ou seja, a pessoa e a instituição real – é sagrado, como visto pela cerimônia indispensável de coroação de um novo monarca. Ao rei francês, inclusive, são atribuídos poderes curativos por meio de um simples toque. Este caráter religioso da figura do monarca significava que o Estado francês tinha como objetivo alcançar a uniformidade religiosa entre os súditos. A essência sagrada da monarquia como um todo se inscreve, porém, em um sistema maior de simbolismos, onde a justiça e a dignidade reais eram imortais, não dependendo das figuras dos monarcas. Daí vem a teoria dos dois corpos do rei: um era humano e mortal, e outro era a própria instituição monárquica, que era perpétua e passava sucessivamente a cada rei após o falecimento de seu predecessor. Esta transmissão era familiar, derivando-se da chamada mística do sangue. Além de ter sido escolhido por Deus para liderar, o rei tinha um importante laço com seus súditos, numa dinâmica frequentemente comparada no início da Idade Moderna com a de um casamento; no caso, o dote trazido pela população em geral seria o próprio domínio a ser exercido pelo soberano sobre eles. Contudo, os súditos ainda poderiam ser representados nas decisões governamentais por meio da instituição nacional chamada de Estados Gerais. Nela, as três ordens dos reinos – clero, nobreza e povo – eram convocados pelo monarca para debaterem importantes questões do reino. Embora apenas se reunissem por ordem do soberano, os Estados Gerais eram um meio importante de garantir a legitimidade real. Fundamental para a manutenção do Antigo Regime era também a corte. Ainda no século XVII, o rei Luís XIV veiculou uma série de benefícios aos grandes nobres à sua residência permanente no Palácio de Versalhes, possibilitando assim seu controle ao erigir um complexo sistema hierárquico de corte que estimulava a competição da nobreza pelo favor real.

 

domingo, 8 de outubro de 2023

SLIDES PARA AS MAQUETES_FEUDALISMO E REFORMA PROTESTANTE

 

 
 
 

  

 

 
 
 

 

 


 

 



 
 
 
 
 

 




CONTRARREFORMA CATÓLICA (MAQUETES)

 

 

A Contrarreforma foi um movimento de reação da Igreja Católica ao surgimento de novas doutrinas cristãs na Europa, em um processo conhecido como Reforma Protestante. Após perder o poder religioso, econômico e político nos reinos alemães e na Inglaterra, além da diminuição da influência nos Países Baixos, França, Áustria, Boêmia e Hungria, a Igreja Católica reagiu, e de forma repressiva. Uma das primeiras medidas foi a criação da Companhia de Jesus. Ordem religiosa dos jesuítas, a Companhia de Jesus foi fundada pelo militar Inácio de Loyola e era organizada de forma semelhante a um exército. A estrutura hierárquica era rigidamente respeitada, tendo em seu cimo o superior da ordem e o papa. A principal função da ordem era buscar o fortalecimento da Igreja através de ações disciplinares e moralizantes. Os jesuítas foram a partir daí um dos principais divulgadores da doutrina católica, em razão principalmente do papel de educadores por eles desempenhado.

Entre 1545 e 1563 foi realizado o Concílio de Trento, na Itália. Esse encontro das principais autoridades católicas (e também alguns teólogos protestantes) tinha por objetivo redefinir o posicionamento da Igreja em relação à sua doutrina religiosa, bem como encontrar meios de frear o avanço do protestantismo pela Europa. Dentre as medidas tomadas no Concílio de Trento houve um recuo em relação às críticas dos protestantes: foi proibida a venda de indulgências e também foi decidido pela criação de seminários. Esta última instituição seria responsável pela formação eclesiástica do clero, buscando evitar, dessa forma, a venda de cargos na Igreja. Por outro lado, o que ocorreu foi a afirmação dos dogmas religiosos católicos. O princípio da salvação pela fé e boas obras foi mantido, mesmo após as críticas de Martinho Lutero. O culto à Virgem Maria e aos santos foi reafirmado, bem como a existência do purgatório. A crença católica manteria as duas origens: a Bíblia e as tradições transmitidas pela Igreja Católica.

A constituição de um catecismo para doutrinar as crianças estava também entre as medidas adotadas. A infalibilidade do papa, ou seja, a noção de que o papa era infalível em questões religiosas e morais, foi reforçada, assim como o dogma da transubstanciação, através do qual se acreditava que o pão e o vinho transformavam-se em corpo e sangue de Cristo. O Tribunal do Santo Ofício, a Inquisição, foi reativado para poder perseguir os praticantes das doutrinas cristãs protestantes. Milhares de pessoas foram torturadas e muitas mortas. Grandes expoentes da ciência mundial, como Galileu Galilei, foram julgados como heréticos em decorrência de suas pesquisas, como a de a Terra girar em torno do Sol. Galileu foi obrigado a renegar suas próprias ideias para fugir da morte na fogueira.Uma lista de livros proibidos foi criada, em uma época em que a imprensa criada por Gutemberg havia facilitado a difusão da cultura escrita. O Index Librorum Prohibitorum indicava os livros que eram proibidos aos católicos, tais como O Elogio da Loucura, de Erasmo de Roterdã; o Decameron, de Boccaccio; obras de Maquiavel, Newton, Copérnico, bem como livros luteranos e calvinistas. O Index era constantemente atualizado e foi extinto apenas quatro séculos depois, em 1966.

Com a Contrarreforma, a Igreja Católica conseguiu conter o avanço do protestantismo em alguns países, principalmente na Itália, Espanha e Portugal. O fato de esses dois últimos países empreenderem as Grandes Navegações e colonizarem a América fez com que a maior parte do novo continente fosse cristianizada, dando novo fôlego ao catolicismo. Os jesuítas foram os principais sujeitos dessa cristianização, que contou com a luta contra a cultura indígena, a exploração do trabalho deles e também com a morte de milhares de habitantes do Novo Mundo.

A Inquisição

 

 

 

Durante toda a Idade Média (século V ao XV) a Igreja Católica Apostólica Romana, possuía total poder sobre os povos que estavam sob sua influência. A mesma era dona de muitos terrenos (poder econômico), influenciava nas decisões políticas dos reinos (poder político), interferia na elaboração das leis (poder jurídico) e estabelecia padrões de comportamento moral para a sociedade (poder social). Nesse contexto, a Igreja Católica era uma instituição intolerante e não permitia opiniões e posições contrárias aos seus dogmas (verdades incontestáveis). Aqueles que desobedecessem ou questionassem as decisões da Igreja eram perseguidos e punidos. Nisso surge o Tribunal do Santo Ofício (Santa Inquisição) no século XIII, para combater os hereges (contrários à religião católica). O que se sabe é que a Inquisição durou 588 anos, mas não existe um consenso entre os historiadores sobre o numero exato de pessoas que foram torturadas, assassinadas e queimadas através das sentenças deste tribunal. A chamada “Santa” Inquisição era uma espécie de tribunal religioso que condenava todos aqueles que eram contra os dogmas pregados pela Igreja Católica ou que eram considerados uma ameaça às suas doutrinas. Eles eram denunciados, perseguidos, julgados e condenados (às vezes até eram queimados vivos em praça pública, a pena mais “leve” era a prisão temporária ou perpétua). A Inquisição também foi utilizada como uma ferramenta de controle pelos poderes régios. Alguns soberanos aproveitavam para se desfazer dos inimigos através da Inquisição. Por isso, ela teve lugar especial em nações como França, Espanha, Portugal e Itália, bem como nas colônias da América espanhola e portuguesa.

Inquisição na Idade Moderna

Quando falamos em Idade Moderna, pensamos em descobertas no Novo Mundo, na formação de Estados Nacionais, no surgimento do capitalismo, entre outras características apontadas por muitos como “avanços”. Pode surpreender, portanto, quando se sabe que foi justamente nesse período que mais mulheres tidas como “bruxas” foram investigadas, julgadas, presas, queimadas, perseguidas, torturadas e mortas pela Inquisição. O advento do capitalismo e das novas relações de trabalho, com o fim da servidão feudal, precisava de corpos domesticados para o trabalho não mais submetido a uma sociedade estamental. As mulheres “bruxas” eram, na verdade, as que tinham conquistado certa liderança nas terras comunais, assim, eram ameaça. Foram chamadas dessa forma porque tinham conhecimento da medicina das plantas (ervas medicinais). A Inquisição, enfraquecida em boa parte da Europa e só intensificada em Portugal e Espanha, teve seu auge na Reforma Protestante (movimento de crítica à Igreja Católica, liderado por Martinho Lutero, no século XVI) e voltou com força total também na formação dos Estados Nacionais (século XVIII). Os judeus, por exemplo, passam a ser muito perseguidos pela Igreja a partir desse período e tornaram-se cristãos-novos (isto é, convertidos à fé católica, em sua maioria de maneira forçada), pois, na visão católica, eles tinham prosperado bastante e deviam impostos, que faltavam cada vez mais desde a Reforma Protestante. Na Idade Moderna, as técnicas de tortura foram aperfeiçoadas e a Inquisição se transformou em uma série de normas e leis, ou seja, um sistema jurídico, com livros e “fundamentações”. Os réus passaram a ter algum direito de defesa (diferentemente do que acontecia na Idade Média) com representantes legais. Só as perseguições é que continuavam as mesmas: uma vez delatada, as buscas pela pessoa eram incessantes. A denúncia podia partir de qualquer um assim como também acusava qualquer um ou uma (às vezes, até para fugir do risco do denunciante ser também perseguido/a). Alguns acusados foram filósofos e cientistas famosos, como Giordano Bruno e Galileu Galilei. Este, o primeiro da história a dizer que a Terra não é plana, foi julgado justamente por isso, porém foi absolvido depois de recuar de suas teorias.

Resumindo: a Inquisição na Idade Moderna incidiu principalmente nos seguintes grupos e/ou períodos:

 

mulheres, na transição para o capitalismo;

protestantes, durante a Reforma Protestante;

judeus, na formação dos Estados Nacionais;

povos originários nas colônias ibéricas;

filósofos e cientistas.

CALVINISMO E A PREDESTINAÇÃO

 Calvino: muito mais danoso para a fé do que Lutero

 João Calvino (1509-1564) foi um teólogo, líder religioso e escritor francês. Foi o pai do Calvinismo - reforma protestante que impôs hábitos austeros e puritanos aos seus seguidores e que se espalhou por vários países da Europa Ocidental.João Calvino (Jean Calvin) nasceu em Noyon, na região da Picardia, no Norte da França, no dia 10 de julho de 1509. Filho do secretário episcopal da cidade ficou órfão de mãe aos seis anos de idade, sendo confiado aos cuidados de um aristocrata amigo da família. Ainda adolescente foi enviado para a Universidade de Paris para estudar Teologia. Em Paris, tomou contato com as ideias de Martinho Lutero.

Conversão ao Protestantismo

Em 1529, em obediência às ordens do pai, Calvino foi para Orleans estudar Direito. Depois de formado voltou à Paris, abandonou a Igreja Romana e converteu-se ao protestantismo, iniciando uma fase de intensa colaboração com o reitor da Universidade de Paris, Nicolas Cop, quando este afirmou seu apoio às reformas de Martinho Lutero. Perseguido em Paris, onde o protestantismo foi declarado ilegal, Calvino abandonou a França e instalou-se na Basileia, Suíça, onde em 1536, publicou sua obra fundamental, “Instituição da Religião Cristã”, que reunia suas doutrinas protestantes.

 

O calvinismo foi uma doutrina religiosa que surgiu na Suíça, logo após a Reforma Protestante. Seu fundador, João Calvino, acreditava:

 

    na predestinação;

    na valorização dos bons costumes; e

    na defesa da acumulação de capitais.

 

O posicionamento favorável ao trabalho e à riqueza fez com que muitos burgueses europeus aderissem ao calvinismo. Em cinco pontos, Calvino traçou as diretrizes da nova doutrina, como a tese de que Deus escolhe aqueles que serão salvos e os que serão condenados. As novas ideias de Calvino incentivaram a formação de novas igrejas pelo mundo, como a Presbiteriana e as Reformadas.

Resumo sobre o calvinismo:

ü    O calvinismo é uma doutrina religiosa criada por João Calvino, em 1536, e que defende a predestinação, ou seja, que a salvação já foi determinada por Deus.

ü    Além da predestinação, os calvinistas acreditam que o trabalho deve ser valorizado como um dom de Deus, os bons costumes devem ser seguidos rigorosamente, e o indivíduo pode ter uma relação própria com Deus, sem intermediários.

ü    O que diferencia o calvinismo e o luteranismo é a salvação. Enquanto os calvinistas consideram a salvação como algo já determinado por Deus, os luteranos acreditam que a fé e as boas obras abrem o caminho para a salvação do fiel.

 

Contexto histórico na Suíça

 

A Suíça, no final do século XV, desmembrou-se do Sacro Império Germânico e se tornou um reino no qual o comércio se fortalecia. Os burgueses suíços estavam descontentes com as proibições que a Igreja Católica fazia quanto à usura, ou seja, a cobrança de juros. Com a disseminação das novas doutrinas religiosas, o trabalho e o acúmulo de riquezas deixaram de ser pecado, e os burgueses aderiram a elas rapidamente. Além da liberdade comercial, a Suíça se tornou tolerante às novas doutrinas religiosas. Depois de uma guerra civil entre católicos e protestantes, em 1531, foi assinado a “Paz de Kappel”, na qual a tolerância religiosa se estabeleceu na Suíça e o protestantismo poderia atuar livremente. Foi nesse contexto de liberdade religiosa que o calvinismo surgiu e se estabeleceu.

 

João Calvino e a criação do calvinismo

A palavra calvinismo vem de João Calvino, um francês nascido em 1509 e que, desde cedo, interessou-se por religião. Aos 18 anos, já era declarado mestre em Teologia. Entre 1533 e 1534, converteu-se ao protestantismo, mas como na França, que era predominantemente católica, não havia liberdade religiosa, ele se mudou para a Suíça. Esse país foi favorável para que Calvino dialogasse com outros religiosos protestantes.

Calvino apresentou a predestinação, ou seja, a crença de que Deus, antes da criação, já havia escolhido quem seria salvo e quem seria condenado. Para saber qual era a decisão divina, o fiel deveria buscar indícios e viver uma vida correta, baseada em bons costumes. Para João Calvino, a morte de Cristo na cruz não foi para salvar toda a humanidade, mas os eleitos de Deus desde o princípio. Calvino divulgou suas ideias em livros. O mais importante é o “As Institutas da Religião Reformada”, publicado em 1536, que teve influência na formação da fé reformada e na expansão do calvinismo pela Europa. A fundação da Academia de Genebra teve papel fundamental na formação de novos reformadores protestantes e no acolhimento daqueles que fugiram de outros países por conta da perseguição religiosa. Calvino buscou conciliar as várias vertentes do protestantismo, no intuito de unir as igrejas protestantes e suas doutrinas.

 

Características e ideias do calvinismo

O calvinismo é uma doutrina religiosa, também chamada de fé reformada. O ponto central do pensamento religioso de João Calvino é a predestinação. O calvinista acredita que, desde a criação do mundo, Deus estabeleceu quais indivíduos seriam salvos e quais seriam condenados. Para saber o destino preestabelecido para a sua alma, o fiel deveria procurar indícios e manter uma vida correta e obediente a Deus. Como os calvinistas defendiam uma “vida pura”, eles foram chamados de puritanos. A doutrina calvinista afirma que o indivíduo pode estabelecer sua própria relação com Deus, desde que a sua vivência seja baseada na pureza e na prática de bons costumes. Calvino se opôs ao fato de a Igreja Católica ser a única forma de o fiel se relacionar com Deus. Cada fiel recebia um talento, um dom de Deus, e deveria colocar sua aptidão em desenvolvimento. Dessa forma, o calvinismo valoriza o trabalho e os seus frutos, como o acúmulo de capital. A burguesia abraçou a fé reformada por conta dessa valorização do trabalho, ao contrário do que se via na Igreja Católica, que era contra a usura. Max Weber, em seu livro “A Ética Protestante e o espírito do capitalismo”, analisa a influência da fé reformada na formação e expansão do capitalismo na Europa.

 

Cinco Pontos do Calvinismo:

- (Depravação Total): por conta do pecado original, aquele cometido por Adão e Eva relatado no livro bíblico do Gêneses, o homem nasce mau por influência desse pecado. Para que ele pratique o bem, é necessária a ação de Deus.

- (Eleição Incondicional): a salvação do homem não depende dele próprio e nem de suas boas ações. Quem pode salvar é Deus e ele escolhe quem será salvo e quem será condenado. Para os calvinistas, essa opção divina pode parecer injusta, mas, como todos estavam no pecado e Deus escolheu alguns, segundo a doutrina, isso seria justo.

- (Expiação Limitada): a morte de Jesus Cristo na cruz não significou a salvação de toda a humanidade, mas sim dos eleitos de Deus.

- (Graça Irresistível): o indivíduo que foi escolhido por Deus não pode negar o seu chamado.

- (Perseverança dos Santos): ao atender o chamado de Deus, o homem assume a sua fé para sempre e, apesar das dificuldades, permanecerá firme em sua crença.

 

Diferenças entre calvinismo e luteranismo

Apesar de o calvinismo e do luteranismo terem surgido a partir da Reforma Protestante, existem algumas diferenças doutrinais entre as duas. A principal diferença está na salvação. Enquanto os luteranos acreditam que a fé e as boas obras do fiel os conduzem à salvação, os calvinistas consideram a salvação como algo já consumado e definido por Deus antes da criação do mundo.

Os calvinistas não admitem nenhuma intermediação entre o fiel e Deus, enquanto os luteranos têm entre seus integrantes clérigos e ministros com alguns poderes religiosos dentro dos seus ritos. Outra diferença está na temporalidade: o luteranismo surgiu na primeira fase da Reforma Protestante, e o calvinismo foi instituído na fase seguinte.

MARTINHO LUTERO_SLIDES

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SLIDES_SOCIEDADE FEUDAL_NOBRES