O Renascimento
surgiu na Itália durante o século XIV e se caracterizava por ser um
movimento de renovação que atingiu as artes, a cultura e a ciência. Esse
pensamento inovador foi impulsionado para outras regiões da Europa e
promoveu mudanças na filosofia, economia e política de outros países.
Também denominado de renascença ou renascentismo, as transformações que aconteceram no período impactaram profundamente a mentalidade da História Medieval e marcaram a transição da Idade Média para a História Moderna.
O antropocentrismo colocava o homem no centro do Universo e o
teocentrismo característico da época anterior era deixado de lado.
Como
estética, o renascimento criou princípios e métodos muito próximos aos
estilos da arte clássica dos povos greco-romanos. As regras matemáticas
permitiram gerar novas técnicas de perspectivas e imprimir os aspectos
reais dos objetos em áreas planas.
Apesar
de ter abandonado a mentalidade da Idade Média, o renascimento não
acabou definitivamente com todos os elementos da época anterior. Várias
noções e pensamentos da era medieval ainda conviveram durante muito
tempo com a Modernidade.
"A criação de Adão", obra do Renascimento pintada por Michelangelo. (Imagem: Wikipedia)
Contexto Histórico
O
renascimento foi um período histórico e movimento cultural que surgiu
na Europa, precisamente na Itália, no século XIV e com auge no século
XVI. O movimento representava a retomada da cultura clássica Greco-romana e a tomada de consciência social, política e econômica que passaram acontecer no final da Idade Medieval.
O
nascimento das cidades e o desenvolvimento econômico contribuíram para
que os nobres, artistas, artesões se deslocassem para os grandes centros
urbanos. Uma nova classe social surgia. Era a burguesia, grupo formado
por comerciantes, donos de empresas e pessoas de prestígio que detinham
poder econômico e aos poucos conquistou poderes políticos.
A centralização das decisões nas mãos dos reis fez surgir a Monarquia Nacional
que deu fim ao feudalismo e início a maior liberdade econômica e
comercial. Além disso, as decisões da Igreja Católica foram contestadas,
o teocentrismo perdeu espaço para o Antropocentrismo e uma Reforma
Protestante foi iniciada.
Foram
esses contextos políticos, históricos, econômicos e culturais que deram
início à nova mentalidade da época. Essa nova forma de pensar foi a
responsável por fazer surgir o Renascimento.
Características do Renascimento
Deus
era o centro do Universo durante a Idade Média, mas com o Renascimento
essa visão de mundo foi modificada e o Homem tornou-se o pondo central.
Vários dos aspectos humanos ganharam destaque. Os estudos científicos
contribuíram para isso. O Homem Vitruviano de Leonardo Da Vinci, por
exemplo, apresentava o homem ideal a partir das proporções.
O "Homem Viturviano" é uma obra criada por Da Vinci. (Imagem: Wikipedia)
O Antropocentrismo é um conceito e uma filosofia que
ressalta a importância do homem como um ser dotado de inteligência e,
portanto, livre para realizar suas ações no mundo.
A palavra vem do do grego: anthropos "humano" e kentron "centro" que significa homem no centro.
Surgiu questionando o Teocentrismo sistema onde Deus (Theos, em grego) estaria no centro do mundo.
Assim, o antropocentrismo é um conjunto de ideias onde o homem
representa a figura central, nos campos da cultura, ciência, sociedade e
é a principal referência para o entendimento do mundo.
O ser
humano, para o antropocentrismo, é racional, crítico, questionador da
sua própria realidade e responsável, portanto pelos seus pensamentos e
ações.
Busca a verdade por meio de análises e do método racional e
científico, através de provas e explicações, de preferência,
matemáticas.
Essa independência humana de Deus levou o ser humano a
refletir, criar, difundir e produzir conhecimento de outra forma,
possibilitou grandes descobertas científicas e o surgimento do
individualismo.
Diferenças entre Teocentrismo e Antropocentrismo
Por oposição, o Teocentrismo está relacionado à religião, que explica os fenômenos naturais a partir da vontade de um ser superior.
Toda a sociedade, em seu aspecto social, cultural e econômico, deveria se basear segundo Deus.
Foi um conceito muito difundido durante a Idade Média quando a religião possuía um papel importante na vida da sociedade.
Humanismo e Antropocentrismo
Durante
o século XV e XVI, a Europa passa por várias transformações econômicas e
sociais. Alguns acontecimentos são as grandes navegações, invenção da
imprensa, reforma protestante, declínio do sistema feudal, surgimento da
burguesia, cientificismo, etc.
Nesta época, surge o o humanismo renascentista e o antropocentrismo é parte de movimento. Com isso, os estudiosos tinham o intuito de trazer à tona questões baseadas no cientificismo empirista.
Por
isso, o antropocentrismo representou a passagem do feudalismo ao
capitalismo mercantil, ou ainda, da passagem da Idade Média para Idade
Moderna.
As artes em geral (literatura, pintura, escultura,
música, etc.) bem como a filosofia, se pauta em esta nova visão de
mundo, a fim de criar suas obras.
Igualmente, os humanistas
incentivaram a inclusão de disciplinas no universo acadêmico,
importantes para o desenvolvimento dessa nova mentalidade como
filosofia, línguas, literatura, artes, humanidades e ciências.
Antropocentrismo e religião
Embora
a figura divina fosse questionada, Deus não foi deixado de lado no
Antropocentrismo. O “sagrado” ainda fazia parte da vida das pessoas, no
entanto, passou a não ser a única fonte da verdade. A própria Bíblia foi
bastante estudada neste momento através de novas traduções e crítica
histórica.
A verdade, entretanto, deveria ser buscada através da racionalidade humana (razão), pois esta seria uma dádiva divina.
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